No processo de evolução social de um grupo – nas minhas interações como consultor e conselheiro de comitês executivos em grandes empresas –, procuro identificar as dinâmicas de ancoragem e significação em torno de dez dimensões:
· Direcionadores de Engajamento
· Autoridade & Poder
· Interação Externa
· Resolução de Problemas
· Gestão de Desempenho e Risco
· Colaboração Interna
· Comunicação
· Resolução de Conflitos
· Reconhecimentos
· Penalidades
Na perspectiva de engajamento, as alavancas no ambiente compartilhado incluem senso de realização, colaboração, oportunidade de desenvolvimento, recompensas, qualidade de vida e/ou alinhamento de propósito.
Na perspectiva de poder, o foco está nas dinâmicas de persuasão lógica baseada em expertise, inspiração baseada em relacionamento, autoridade relacionada à hierarquia, troca baseada em negociações e/ou pressão baseada em coerção.
Na interação externa, é importante investigar como o grupo social define seu nível de abertura e de competitividade nas trocas de informações, nas construções processuais e nas negociações de posições convergentes e divergentes. Em paralelo, a colaboração interna é influenciada pelo nível de competividade e colaboração entre os membros do próprio grupo.
Na resolução de problemas, torna-se crítica a preferência do grupo entre atuar imediatamente sem muito planejamento, ou ignorar problemas até a explosão de uma crise, ou agir apenas após análise cuidadosa de todas as informações pertinentes, ou aguardar a construção de robusto plano de ação antes de qualquer movimento.
Na gestão de desempenho e risco, o objetivo é analisar o nível de conservadorismo e de compromisso com resultado. Dinâmicas sociais mais voltadas para meritocracia ou mais favoráveis à estabilidade grupal podem influenciar sobremaneira a capacidade de entrega do grupo frente a novos desafios externos.
Nos mecanismos de comunicação, a dinâmica engloba tanto o papel e a eficácia dos diferentes canais, como também o objeto comunicado e a linguagem semiótica.
Na resolução de conflitos, o foco está na intensidade dos conflitos de personalidade, competição por recursos escassos, divergência de objetivos, sobreposições de autoridade e falta de colaboração. A preferência do grupo pode ser ignorar conflitos, ou delegar para mediadores, ou atuar imediatamente sem planejamento, ou agir após compreender claramente a origem da desavença, ou atuar apenas após ampla articulação junto a todos os envolvidos na questão tratada.
Na balança de reconhecimentos e penalidades, são relevantes os mecanismos transacionais, sociais, semióticos e posicionais inerentes ao cotidiano do grupo social. Esses símbolos e rituais são instrumentalmente necessários na modelagem de comportamentos.
Tal arcabouço metodológico tem me permitido identificar consistentemente dimensões relevantes da dinâmica social presente nos comitês executivos e, assim, direcionar o mapa mental, o modo de operar e a natureza do vínculo dessas lideranças.
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Daniel Augusto Motta, PhD, MSc
Fundador e CEO BMI Blue Management Institute